sábado, 28 de novembro de 2009

Unasul não irá reconhecer eleições em Honduras


A Unasul (União das Nações Sul-americanas) não reconhecerá as eleições que ocorrerão no próximo domingo (29) em Honduras, afirmou nesta sexta-feira em Bruxelas, o presidente de Equador, Rafael Correa, que pediu que a União Europeia adote a mesma posição.

"A decisão da Unasul está tomada: não vamos reconhecer as eleições sob o governo de Roberto Micheletti, que no entanto serão reconhecidas pelos Estados Unidos", disse Correa.

"Espero que a União Europeia adote a mesma postura. Agora veremos quem é quem, quem acredita na democracia e quem não acredita", acrescentou o líder do Equador.

No entanto, o Peru, um dos membros da Unasul, anunciou anteriormente que reconhecerá o pleito. A UE ainda não anunciou oficialmente se reconhecerá ou não o processo eleitoral.

Zelaya pediu boicote às eleições, que considera ilegítimas já que não foi restituído ao poder --parte do acordo San José-Tegucigalpa assinado por ambas as partes em outubro e decretado como fracassado pelo presidente deposto. O Brasil também defende esta posição ao lado de Uruguai, Venezuela, Bolívia, Argentina, Chile, Equador e Nicarágua.

Do outro lado, os Estados Unidos, país de maior influência no país, lidera um pequeno grupo com Peru e Colômbia que aceita o resultado das eleições como único caminho viável para a resolução da crise política hondurenha.


Brasil

O governo brasileiro reiterou nesta quinta-feira que não reconhecerá as eleições previstas para o próximo domingo (29) em Honduras. O pleito elegerá um novo presidente para substituir Manuel Zelaya, deposto por um golpe de Estado há quase cinco meses.

"Os países democráticos do mundo precisam repudiar de forma veemente o que ocorreu em Honduras, portanto, a posição do Brasil se mantém inalterada. Nós não aceitamos histórias de golpes", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à agência de notícias Efe.

Lula, um dos maiores defensores públicos de Zelaya, afirmou ainda que defende com firmeza o retorno de Zelaya ao poder, do qual foi deposto no dia 28 de junho, não porque "seja mais radical, mais bonito ou mais feio que os outros", mas porque o Brasil viveu 21 anos sob uma ditadura (1964-1985) e sabe o que é um regime autoritário.

"A América Latina e América Central têm experiências de sobra de golpistas que usurpam o poder rompendo os princípios democráticos, e se aceitarmos isso, pode acontecer o mesmo em outro país amanhã", disse Lula.

Zelaya voltou clandestinamente ao país no dia 21 de setembro e desde então está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Com o fracasso do acordo, Zelaya não está protegido pela anistia e não pode deixar a embaixada correndo o risco de ser preso.


Observadores

Observadores convidados para acompanhar a eleição começaram a chegar ao país em meio aos pedidos do presidente deposto Manuel Zelaya à ONU (Organização das Nações Unidas) e à OEA (Organização dos Estados Americanos) por Tribunal Internacional para casos de perseguição política contra ele e contra membros de seu governo.

Os primeiros ex-presidentes a chegar a Honduras para atuar como observadores foram o salvadorenho Armando Calderón e o boliviano Jorge Quiroga. Eles fazem parte de uma lista de 300 convidados que, segundo o Supremo Tribunal Eleitoral, supervisionarão o pleito.

Calderón, presidente entre 1994 e 1999, defendeu a idoneidade dos observadores convidados, entre eles políticos e empresários, e disse que não necessita dos "burocratas" da OEA ou da ONU. A OEA decidiu não enviar observadores já que não reconhece o resultado do pleito.

Quiroga (2001-2002) disse querer se reunir com os principais candidatos à Presidência em comícios que defendeu como a forma dos hondurenhos "não virarem reféns da situação política que vive o país".

Fonte: Folha
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