terça-feira, 24 de novembro de 2009

Jobim volta defender compra de caças franceses Rafale


Mesmo antes da finalização da análise técnica, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a defender a compra dos caças franceses Rafale para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira), o programa FX-2.

O ministro disse que a opção política do governo deverá favorecer a proposta da francesa Dassault, fabricante do Rafale, em razão da promessa de "transferência irrestrita" de tecnologia para o país.

"A opção política pela França é a certeza que se tem da transferência de tecnologia. Agora temos que examinar outro aspecto, que é o tipo de tecnologia que precisamos e também o custo", disse o ministro.

Em teoria, os caças F-18 Super Hornett, da Boeing (EUA), e o Gripen NG, da sueca Saab, estão no páreo contra o Rafale pelo negócio de R$ 10 bilhões.

O FX-2 prevê a compra das 36 aeronaves para a substituição gradativa dos Mirage e os F-5, da década de 1970, e do AMX, dos anos 1990.

O relatório técnico da FAB deverá ser entregue ao Ministério da Defesa até o final do mês e não será conclusivo. O anúncio do escolhido deverá ocorrer em dezembro deste ano ou no início de 2010.

A análise dos militares não indicará qual proposta é superior, apenas responderá a quesitos como a capacidade operacional de cada aeronave e como a indústria brasileira deverá absorver a tecnologia virtualmente transferida. Hoje, Jobim repetiu que a decisão não cabe aos militares, mas a Lula.

"Há preferência, não há dúvida nenhuma, e já foi manifestada pelo presidente, para o prosseguimento dos entendimentos que temos com a França", declarou o ministro.

A vantagem francesa é maior porque o governo brasileiro vê na compra do Rafale mais um passo da parceria estratégica iniciada com o acordo militar, fechado em setembro, no qual o Brasil comprou helicópteros, submarinos convencionais Skorpène e a tecnologia para construir um submarino a propulsão nuclear. Essas compras da Defesa são estimadas em R$ 22,5 bilhões.

Hoje, Jobim disse que compras militares dos Estados Unidos costumam estar sujeitas a embargos para transferência tecnológica, o que poderá se constituir num empecilho para o desenvolvimento de um caça brasileiro de última geração, o objetivo estratégico anunciado do FX-2.

Fonte: Folha
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