terça-feira, 24 de novembro de 2009

EUA recusaram plano do País de adiar pleito hondurenho


O Brasil propôs aos Estados Unidos que as eleições em Honduras fossem adiadas por duas semanas, mas o governo norte-americano não aceitou. No dia 17, Vera Machado, subsecretária de Assuntos Políticos do Itamaraty, encontrou-se com William Burns, subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado, em Washington. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, Vera veio com a proposta elaborada pelo chanceler Celso Amorim.

A ideia era adiar as eleições para que os partidários do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do presidente de facto, Roberto Micheletti, chegassem a um acordo que restituísse Zelaya ao poder. O governo norte-americano não recusou de imediato a sugestão brasileira, mas também não fez nada a respeito.

Nos bastidores, os norte-americanos voltaram a se irritar com a posição brasileira. Primeiro, porque os EUA não acreditam que adiar as eleições resolva alguma coisa. Segundo, eles questionam as razões de o Brasil ter vindo com uma sugestão só 17 dias depois de assinado o Acordo San José-Tegucigalpa e a poucos dias da realização da votação de domingo em Honduras. "Mantemos nossa posição de que a realização das eleições conforme o programado e conforme o desejo da população hondurenha é a melhor opção", disse uma fonte do governo norte-americano.

Na semana passada, o senador Richard Lugar, líder dos republicanos no Comitê de Relações Exteriores do Senado e confidente do presidente Barack Obama, divulgou um comunicado exortando o Brasil a reconhecer as eleições em Honduras, independentemente da volta de Zelaya ao poder.

"Se as eleições do dia 29 cumprirem parâmetros internacionais de equilíbrio e transparência, apoio fortemente o reconhecimento dessas eleições. Países da região, o Brasil em particular, devem considerar o reconhecimento das eleições como a única maneira de os hondurenhos superarem a crise", disse Lugar. O fato de o senador norte-americano ter enfatizado o Brasil irritou a embaixada brasileira em Washington, que manifestou seu desagrado.


Divisão na OEA

A divisão entre os países da Organização dos Estados Americanos (OEA) se aprofundou ontem, com a falta de consenso sobre a legitimidade das eleições em Honduras. O novo secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental dos EUA, Arturo Valenzuela, reafirmou o apoio de seu país às eleições numa reunião da OEA.

"Essas eleições não foram inventadas pelo regime de facto em busca de uma estratégia de saída ou para encobrir um golpe de Estado. Pelo contrário, são eleições que respeitam o mandato constitucional de renovação do Congresso e da presidência e permitem ao povo hondurenho exercer sua vontade soberana", disse Valenzuela.

Os EUA estão pressionando vários países a reconhecer as eleições de domingo, o que abriria o caminho para a readmissão de Honduras na OEA. Panamá, Canadá, Peru e Colômbia devem reconhecer a votação. As informações são do jornal


Fonte: O Estado de SP
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