sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Colômbia não quer guerra com Venezuela
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, garantiu nesta sexta-feira que seu governo não fará qualquer gesto de guerra, ao comentar a tensão com a Venezuela, que destruiu duas pontes para pedestres na fronteira comum.
"Nossa luta contra o terrorismo é voltada à segurança. Nós não temos qualquer pretensão de ir contra a comunidade internacional, principalmente contra o povo irmão da Venezuela", disse Uribe em declarações à rádio privada RCN.
O presidente colombiano destacou que seu governo está determinado a "derrotar o terrorismo, mas nunca a levar à guerra aos povos irmãos".
Uribe assinalou ainda que seu governo não trocará "agressões verbais" com a Venezuela para responder às declarações do presidente do país vizinho, Hugo Chávez, e de outros funcionários venezuelanos.
"O que vamos fazer, enquanto não há um diálogo bilateral, é recorrer aos organismos internacionais....", revelou sobre a destruição das duas pontes na fronteira.
"Nós não podemos produzir neste momento qualquer gesto de provocação; esta é uma grande oportunidade que a Colômbia tem (...) para mostrar ao mundo que nosso único interesse é a derrota do terrorismo. Não temos interesse em desafiar ninguém, de propor guerras à comunidade internacional, especialmente a vizinhos e irmãos".
O governo colombiano já anunciou que denunciará ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) a destruição das duas pontes na fronteira comum, derrubadas no lado venezuelano por determinação do governo em Caracas.
Uribe garantiu que não vai adotar qualquer medida de retaliação comercial contra a Venezuela: "para nós, o comércio internacional não é apenas um tema de negócio e lucro, é também um tema de solidariedade. Se nos restar apenas um quilo de carne ou um litro de leite, vamos compartilhar isto com o povo irmão da Venezuela".
A tensão entre Colômbia e Venezuela é crescente desde o acordo firmado entre Bogotá e Washington para a utilização de sete bases militares no território colombiano por tropas americanas, para operações contra narcotráfico e terrorismo.
Segundo Chávez, estas bases "fazem parte de um plano de guerra" e servirão para a "espionagem eletrônica", para "lançar bombas sobre pontos estratégicos" na Venezuela e para preparar "um golpe de Estado".
Chávez tem elevado o tom em relação à Colômbia e na semana passada convocou novamente a população da Venezuela a se "preparar para o combate" e defender o país diante da possível agressão dos Estados Unidos a partir do território colombiano, chamando Uribe de "lacaio e entreguista".
"Vou repetir isto todos os dias (...) Sou obrigado a convocar todos os venezuelanos à preparação para o combate (...) a se preparar para defender a santa terra da Venezuela".
Chávez convocou os militares a "elevar sua capacidade de treinamento" e às milícias armadas bolivarianas a "preparar seus fuzis para a defesa".
Fonte: AFP
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qualquer governo repressivo, seja de direita ou de esquerda, quando a situação complica, precisa desviar a atenção do povo. O louco de Caracas precisa desesperadeamente de um inimigo externo. Elegeu a Colômbia. Precisa desviar de seu povo a percepção dos problemas monstruosos que se avolumam. Dias sombrios aguardam o povo irmão da Venezuela. Lembram da ditadura militar de direita na Argentina em 1982? Parece que as coisas nunca mudam mesmo.
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