quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mortes de militares pesam sobre decisões de guerra, diz Obama


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, após acompanhar a entrega de corpos de militares mortos em conflitos armados no exterior, que essas mortes pesam "muito seriamente" sobre a sua visão de guerra e sobre suas futuras decisões militares.

Obama afirmou que a visita à base aérea de Dover, em Delaware, onde chegam os corpos de soldados mortos no Iraque e Afeganistão, representou "uma recordação instrutiva" dos sacrifícios da guerra. "Foi uma dolorosa lembrança dos extraordinários sacrifícios que os nossos jovens homens e mulheres de uniforme realizam a cada dia", disse.

"Obviamente, o fardo que nossas tropas e nossas famílias carregam em tempos de guerra vai pesar na forma com que eu vejo esses conflitos. E é algo em que penso todos os dias."

Esta foi a primeira vez em 18 anos em que um presidente americano visitou a base. Obama chegou ao local na madrugada passada para acompanhar a chegada dos restos de militares mortos no Afeganistão e sua entrega aos familiares. A visita de Obama a Dover acontece no mês mais letal para as tropas americanas no Afeganistão, com 54 militares mortos.

Nesta quinta-feira, os caixões com os corpos de 15 soldados e três funcionários da DEA (a agência antidrogas dos EUA) que foram mortos segunda-feira (26), no Afeganistão, chegaram a bordo de um avião militar.

O antecessor, George W. Bush (2001-2009), vetou o acesso da imprensa às entregas dos restos mortais de militares aos familiares, medida que Obama suavizou após a sua chegada à Casa Branca, em janeiro passado, ao indicar que cada família deveria decidir se autorizaria a presença de jornalistas. Bush nunca visitou a base de Dover, porém se reuniu com frequência com familiares de soldados mortos em combate.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, revelou que Obama ficou calado a maior parte do tempo no voo de helicóptero que o trouxe de volta da base aérea. "Não acho que alguém possa ir até lá e não entender o que está vendo. É difícil não ficar aflito", disse.

Fonte: Folha
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