segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Irã pode entregar parte do urânio
O Irã pode entregar "parte" de seu urânio enriquecido a 3,5% como parte de um acordo internacional, para a transformação do mesmo em combustível nuclear destinado a seu reator de pesquisas de Teerã, afirmou o chanceler iraniano, Manucher Mottaki.
Este anúncio foi feito no momento em que uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) faz nesta segunda-feira a inspeção da nova central de enriquecimento de urânio, perto da cidade sagrada de Qom.
A revelação da existência desta instalação, mês passado, aumentou a preocupação internacional sobre o programa nuclear do Irã.
"Para nos abastecer em combustível (nuclear) podemos comprá-lo, como em outras ocasiões, ou entregar uma parte dele (NR: o urânio enriquecido a 3,5%), que não precisamos atualmente", disse Mottaki, segundo a agência oficial Irna.
"A alternativa entre estas duas opções está atualmente em discussão na República Islâmica, e a decisão será anunciada nos próximos dias", acrescentou.
França, Estados Unidos e Rússia esperam desde sexta-feira uma resposta do Irã a uma proposta da AIEA para acalmar a crise nuclear.
O projeto de acordo prevê, segundo diplomatas ocidentais, que o Irã entregue, até o fim de 2009, 1.200 kg de urânio enriquecido a menos de 5% para seu enriquecimento a 19,75% na Rússia, antes da França transformá-lo em "material nuclear" para o reator de pesquisas de Teerã.
Washington, Moscou e Paris aprovaram este plano, mas o governo iraniano ainda não deu sua resposta.
A questão do enriquecimento de urânio é vital, pois apesar de o urânio levemente enriquecimento ser empregado em centrais nucleares, o mineral fortemente enriquecido pode permitir a fabricação de armas.
Por sua vez, a delegação da AIEA, que visitou no domingo as obras da instalação que está sendo construída perto de Qom, quase 100km ao sul de Teerã, voltará ao local nesta segunda-feira.
Os inspetores da agência da ONU, que não fizeram nenhum comentário à imprensa desde que chegaram ao Irã, devem verificar as informações fornecidas pelos iranianos e o caráter civil da central de Qom.
Gholamreza Jalali, um dos principais militares para a questão nuclear iraniana, disse nesta segunda-feira que a central de Qom foi construída para ser "segura ante todas as ameaças militares dos inimigos", segundo a agência Mehr.
Fonte: AFP
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