sábado, 24 de outubro de 2009
Irã acusa Ocidente de se aproveitar de suas necessidades nucleares
O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, acusou hoje o Ocidente de tentar se aproveitar da necessidade de combustível atômico ao reator de Teerã para impor ao Irã suas exigências em matéria nuclear.
Em declarações divulgadas hoje pela agência de notícias iraniana "Isna", o ex-chefe de negociação iraniano insistiu em que é dever da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) garantir o combustível para essa instalação de uso civil.
"O Ocidente tenta enganar e impor algumas de suas exigências ao Irã. Dizem que nos oferecerão urânio enriquecido a 20% se lhes entregarmos o que temos. Não vemos relação alguma entre os dois assuntos", afirmou.
"Temos um reator nuclear em Teerã que está de acordo com as normas da AIEA, portanto, devem nos garantir o acesso ao combustível", acrescentou.
Larijani, que foi chefe negociador nuclear e agora assessora neste tema o líder supremo da Revolução Islâmica iraniana, Ali Khamenei, lembrou que, segundo a norma internacional, "os países que têm esse combustível devem ajudar os outros".
"Não existe justificativa lógica ou legal para a fórmula de dar combustível a 20% em troca de receber o material iraniano", disse.
Representantes de Teerã se reuniram esta semana com funcionários de Washington, Paris e Moscou para tentar chegar a um acordo sobre o uso civil da energia atômica no Irã.
Os representantes do Ocidente ofereceram ao regime iraniano um acordo para que enviasse seu urânio empobrecido ao exterior - em particular à Rússia - e o recuperasse depois, enriquecido em até 20%.
O objetivo seria tentar evitar que o Irã possa utilizar este material em aplicações militares.
Fontes diplomáticas iranianas anunciaram na sexta-feira em Viena, onde fica a sede da AIEA, que seu país responderá ao longo desta semana.
No entanto, a televisão estatal por satélite "PressTV" deu a entender que o regime iraniano responderá que prefere comprar o combustível nuclear no exterior a enviar seu urânio para que seja enriquecido em outro país
O representante iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse hoje que não existe uma data limite para responder à proposta e que seu país está estudando "os aspectos técnicos e legais do documento".
"Ontem, comentei a (Mohamad) ElBaradei (diretor-geral da AIEA) que daremos uma resposta esta semana, quando voltar a Viena", disse Soltanieh, em declarações à "Isna".
Soltanieh insistiu em que o programa iraniano é pacífico e voltou a ressaltar que, se o acordo fracassar, seu país buscará o combustível atômico de que precisa por outros meios.
Fonte: EFE
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