quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Explosão deixa ao menos 40 mortos no Paquistão durante visita de Hillary
Ao menos 40 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quarta-feira em um atentado com carro-bomba em um mercado lotado de Peshawar, uma das principais cidades do noroeste do Paquistão, segundo um balanço divulgado por um policial local. A explosão ocorre durante visita da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que está na capital Islamabad para pedir esforços pela desnuclearização.
O número de mortos deve aumentar já que o ministro regional Bashir Bilour afirmou, em declarações aos canais de televisão paquistaneses, que 50 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no ataque.
A agência de notícias Associated Press, que cita o médico Zafar Iqbal, diz que o número de mortos chega a 57.
O doutor Hamid Afridi, diretor geral do Lady Reading Hospital de Peshawar, o principal centro médico do governo na cidade, declarou estado de emergência no hospital diante do número de vítimas que chegam ao local.
As equipes de emergência já alertaram que o número de mortos deve aumentar nas próximas horas, já que os bombeiros ainda trabalham nos escombros do mercado.
"Foi uma explosão que pode ser ouvida de quase toda a cidade", disse o policial Anwar Shah à agência France Presse.
Imagens difundidas pelas televisões paquistanesas mostram escombros sob a fumaça e a polícia retirando moradores assustados. Os bombeiros tentam conter um princípio de incêndio.
O atentado não foi reivindicado por nenhum grupo, mas segue uma onda de ataques violentos do Movimento dos Talebans do Paquistão, que deixou mais de 200 mortos em outubro.
Peshawar está próxima das zonas tribais onde os talebans paquistaneses e os militantes da rede terrorista Al Qaeda mantêm redutos. A cidade foi alvo de sete ataques nos últimos quatro meses.
Hillary
A explosão ocorreu poucas horas depois da chegada de Hillary a Islamabad, que fica a cerca de três horas de carro de Peshawar.
Em encontro com os líderes paquistaneses, ela alertou para a ameaça de grupos terroristas em busca de armas nucleares e pediu que o país investisse nas conversas pela sua desnuclearização.
Hillary desembarcou na capital para uma visita de três dias ao Paquistão. Logo depois da chegada ela reafirmou que Washington tem um alto nível de confiança no controle das autoridades paquistanesas sobre seu arsenal nuclear.
"Mas estamos inquietos a respeito da proliferação e temos boas razões para isto", completou, em uma referência implícita ao pai da bomba atômica paquistanesa, Abdul Qadeer Khan, que caiu em desgraça.
Para o governo americano, Khan, que em 2004 admitiu ter transmitido seus conhecimentos ao Irã, Coreia do Norte e Líbia antes de pedir desculpas, representa um risco de proliferação.
Hillary estimulou o governo paquistanês a participar na conferência sobre a não proliferação de 2010. Também pediu ao Exército paquistanês que leve em consideração a ameaça terrorista nuclear da Al Qaeda.
"Sabemos que a Al-Qaeda e seus aliados extremistas continuam em busca de material nuclear e que não precisam de muito para provocar uma explosão muito grave com consequências políticas e psicológicas terríveis", disse a secretária de Estado.
O Paquistão, que se tornou uma potência nuclear de fato em 1998, depois de realizar testes atômicos, não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear
Fonte: Folha
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