quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Detenção de supostos "espiões" agrava crise entre Colômbia e Venezuela
A tensão das relações entre Venezuela e Colômbia aumentou depois da detenção de supostos "espiões" colombianos em território venezuelano e uma situação na extensa fronteira comum que analistas consideram como "explosiva".
A falta de entendimento entre os Governos dos dois países levou a uma "maior insegurança" na zona fronteiriça, já que "não há um trabalho conjunto de cooperação", disse à Agência Efe o analista político Carlos Romero, para quem esta é a mais grave consequência da maltratada relação.
"É terra de ninguém", disse Romero, segundo o qual a atual situação permite o trânsito de pessoas "irregulares" de todos os grupos, aumentando a insegurança e a violência em uma região já complicada nesses temas.
Para o analista, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, está "determinado a não cooperar com a Colômbia", mas também não existe vontade por parte de seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para abrir caminhos de solução.
"Ninguém quer começar a dialogar. Cada um está calculando seus interesses", afirmou Romero.
Neste contexto, o analista considera que a captura de dois supostos agentes do Departamento Administrativo de Segurança da Colômbia (DAS, inteligência colombiana), confirmada ontem à noite por Chávez em declarações à emissora estatal "Venezolana de Televisión" ("VTV"), não tem tanta importância.
O presidente venezuelano disse que os dois supostos agentes do foram detidos "fazendo espionagem" e que serão "julgados" em tribunais da Venezuela.
Dois dias antes do anúncio da "captura", oito cidadãos colombianos, assim como um peruano e um venezuelano, foram mortos na fronteira entre Colômbia e Venezuela.
Essas dez pessoas tinham sido sequestradas, junto com outras duas, no dia 11 de outubro enquanto jogavam futebol. Os sequestradores não foram identificados até agora.
Um dos reféns sobreviveu e está em uma clínica venezuelana sob fortes medidas de segurança, enquanto a Polícia investiga se um corpo encontrado hoje no estado venezuelano de Táchira corresponde ao outro colombiano até agora considerado como desaparecido.
Em um discurso nesta quarta-feira, o presidente venezuelano não falou sobre os supostos funcionários colombianos detidos.
No entanto, Chávez convidou seu colega dos Estados Unidos, Barack Obama, a se juntar "à luta pela paz da Colômbia, em vez de estar comandando sete bases militares" como "uma boa forma de ganhar" o Prêmio Nobel da Paz que lhe foi concedido neste ano.
Chávez reiterou que o acordo militar entre Bogotá e Washington, que prevê o uso de sete bases militares colombianas por parte de tropas americanas, "é uma ameaça contra nós (Venezuela) e contra os povos da América do Sul".
Fonte: EFE
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