sábado, 24 de outubro de 2009

Brasil produzirá helicópteros em 2022, prevê acordo com França


Acordo fechado entre Brasil e França para a compra de 50 helicópteros militares EC-725 prevê que a transferência de tecnologias da aeronave ao país ocorra ao longo de um período de até 12 anos. Isso significa que a indústria brasileira poderá ter condições de produzir um helicóptero por conta própria apenas em 2022. A informação é da Aeronáutica.

A aquisição vai custar ao governo cerca de R$ 4,5 bilhões, para equipar Marinha, Exército e Aeronáutica. A produção deve começar no ano que vem.

O EC-725 é produzido pela europeia Eurocopter, que tem uma subsidiária no Brasil, a Helibrás, instalada em Itajubá (MG). Com capacidade para 28 pessoas, o modelo deve ser utilizado para transporte de tropas -não é usado em combate.

A parceria prevê ainda que a Eurocopter auxilie o país a desenvolver um helicóptero de pequeno porte. Além disso, empresas brasileiras passarão a fornecer peças para a cadeia de suprimentos da Eurocopter.

O Brasil fechou também com a França a compra de cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear. No total, o acordo entre os dois países já atinge 8,5 bilhões e deve aumentar.

Os caças franceses Rafale, da Dassault, são tidos como favoritos para vencer a concorrência para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira).

Nas negociações, o governo brasileiro tem insistido na garantia de transferência das tecnologias. O objetivo é que o país produza os equipamentos para criar empregos e desenvolver uma indústria no setor.

O engenheiro aeronáutico e professor da USP Fernando Catalano diz que é longo o prazo de até 12 anos para a transferência tecnológica. "Nesse tempo poderíamos ter desenvolvido essas tecnologias sem o auxílio externo, mas com largo investimento em pesquisa e desenvolvimento pelo governo e indústrias", afirmou ele.

A Aeronáutica não quis comentar as críticas. Disse que "a transferência de tecnologia será distribuída por uma boa gama da indústria nacional, além do próprio governo, não se centralizando na Helibrás."

Fonte: Agência Folha
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