O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira (17) que seu governo está avaliando a possibilidade de aprovação de uma lei que autorizaria as Forças Armadas a derrubar aviões ilegais que utilizem o espaço aéreo venezuelano como corredor para o tráfico de drogas.
Segundo Chávez, atualmente as autoridades venezuelanas interceptam as aeronaves provenientes principalmente da Colômbia, e "perseguem" os aviões, mas não podem derrubá-los.
"Muitas vezes riem da nossa cara", disse o presidente em conversa com jornalistas na sede de governo.
Chávez disse estar avaliando a nova proposta para combater o narcotráfico. A Venezuela é um dos principais corredores do tráfico na América do Sul.
"Estou estudando com calma, revisando o direito internacional. Que saibam os narcotraficantes colombianos e norte-americanos", afirmou Chávez.
Estados Unidos
O presidente venezuelano voltou a responsabilizar o governo dos Estados Unidos pelo narcotráfico na região e por não tomar medidas eficazes para combatê-lo.
"Os Estados Unidos são o primeiro produtor de maconha do mundo e agora produzem uma supermaconha transgênica", afirmou Chávez, ao anunciar que um carregamento com este tipo de droga vindo da Colômbia foi interceptado pelas autoridades venezuelanas de combate ao tráfico.
"Esse é um dos resultados do Plano Colômbia", afirmou o líder, em uma referência irônica ao impacto do acordo firmado entre Bogotá e Washington com o objetivo de eliminar a produção e tráfico de drogas, além do combate às guerrilhas colombianas.
As declarações do presidente venezuelano foram feitas um dia depois da divulgação de um relatório anual do Departamento de Estado americano que avalia que Venezuela, Bolívia e Mianmar "fracassaram de forma evidente" em cumprir com o combate ao narcotráfico.
A Venezuela rompeu em 2005 o convênio de cooperação com a DEA (Agência Antidrogas dos EUA). Desde então, os EUA passaram a acusar o governo venezuelano de não cooperar na luta contra o narcotráfico na região.
O governo venezuelano, por sua vez, tem reiterado que, desde a ruptura com a DEA, seu país "duplicou" a quantidade de drogas apreendidas.
"É simplesmente um discurso cínico, hipócrita. Nós rejeitamos esse relatório", afirmou o ministro de Interior e Justiça, Tarek El Aissami.
"Os Estados Unidos deveriam suspender seu próprio certificado antinarcóticos e rever suas políticas (...) porque o que têm feito é aumentar o consumo e o tráfico de drogas", disse.
No mesmo relatório, o Brasil é apontado como um grande consumidor e importante corredor para o narcotráfico proveniente da América do Sul, principalmente da Colômbia.
FONTE: Portal G1
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