domingo, 27 de setembro de 2009

Irã defende 2ª Usina nuclear com base em norma da AIEA


O embaixador do Irã perante a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltaniyeh, acusou Estados Unidos, França e Reino Unido de desconhecer a norma internacional e tentar enganar o mundo.

Em entrevista concedida à rede de televisão estatal "PressTV" e divulgada hoje, o representante iraniano insistiu em que seu país não agiu de forma clandestina na construção da segunda usina de enriquecimento de urânio, denunciada esta semana pelos EUA.

A nova instalação estaria escondida sob uma colina perto da cidade santa de Qom, cerca de 150 quilômetros ao sudoeste de Teerã, e poderia abrigar cerca de 3 mil modernas centrífugas.

"Nego de forma categórica que tenha havido ocultação ou engano. É uma pena que os líderes desses três países não tenham assessores que lhes informem que, de acordo com as normas, só é obrigatório informar seis meses antes da introdução do combustível", disse.

Soltaniyeh insistiu, neste sentido, em que a usina ainda não recebeu material nuclear e que o Irã informou à AIEA em 21 de setembro que só estará em operações em 540 dias.

"Segundo o documento 153 da agência, não é necessário informar à AIEA antes" de 180 dias, disse.

O presidente americano, Barack Obama, com apoio do chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, denunciou na sexta-feira o Irã por ocultar a usina e acusou o país de não respeitar a norma.

Além disso, exigiu que Teerã permita a inspeção da nova instalação em um prazo máximo de três meses.

No sábado, o chefe da equipe de negociação nuclear iraniana, Ali Akbar Salehi, afirmou que seu país permitirá a visita, mas que só está disposto a coordená-la com a agência da ONU.

Soltaniyeh respondeu este domingo à "PressTV" que o problema é que o Irã é "vítima da negligência daqueles que dizem conhecer a lei internacional".

"Falam perante as Nações Unidas, mas desconhecem o estatuto da AIEA", acrescentou o responsável iraniano, que disse que França, Estados Unidos e Reino Unido são os países que violam a normativa do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

"São essas três nações as que, de fato, estão violando os artigos do TNP há mais de 40 anos", disse.

Neste sentido, Soltaniyeh afirmou que "o Reino Unido tem um programa secreto de submarinos nucleares, a França trabalha de forma contínua em armas nucleares, e os norte-americanos trabalham duramente na revisão das armas nucleares. Isso é engano e ocultação".

Os países ocidentais empreenderam "uma estratégia a longo prazo, com uma agenda secreta para ameaçar e destruir o espírito de cooperação entre a AIEA e o Irã, e encontrar uma desculpa ou um pretexto para sanções e outras medidas", disse.

Fonte: G1 Noticias
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